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sábado, 27 de agosto de 2022

"Não basta "matar nossos pais", para nos tornamos adultos. Precisamos, antes, matar a criança de nossos pais, para sermos fiéis - na maturidade - àquele rebento que sempre fomos de verdade. Esta é a maneira mais difícil, porém a única, se quisermos manter ótimas e distanciadas relações parentais." (S.L.)


"Psicólogo: 'indivíduo que entende bastante da alma humana, embora não seja formado em psicologia'." (Dicionário)

    

   Criei este blog em 2010, para dialogar com os leitores, de maneira rápida e concisa, sobre o amor, a vida e a arte. Pensei que seria um grande egoísmo deixar de usar a minha experiência, enorme trabalho, "alta" em análise (praticamente didática) e não trazer, talvez, alguma resposta útil a certas questões de quem me oferecesse a sua confiança. Foi exatamente este sentimento que me guiou na criação de meu livro, que acaba de ser lançado.

    "Querida Sheila" durou apenas quatro anos. Mesmo assim, penso que foi uma experiência frutífera. Tanto quanto com certas relações de amizade, uma das quais me enviou o mais lindo buquê de flores que já recebi em minha vida, sendo que o melhor presente que me deu, na verdade, foi saber que finalmente conseguira desatar o nó que entravava a sua vida.

    Os inúmeros posts que aqui estavam, foram para o rascunho. Um dia, talvez voltem. Um psicólogo, trabalhando como psicoterapeuta em Belo Horizonte, me escreveu que "adorou tudo" e um de meus comentários lhe deu idéias em relação a um paciente. Ocorreu a ele que outros profissionais poderiam recorrer ao blog, enviando casos para os quais tivessem dúvidas, usando minhas considerações em seus consultórios. No final da missiva, perguntou: "sentiria-se usurpada?"

    Respondi que, de forma nenhuma. Se isto ocorresse, ao contrário, seria um ótimo sinal. Para mim, não importava se os comentários ou questões eram enviadas pelas próprias pessoas ou por seus intermediários. Em geral, certos assuntos dizem respeito a muitos. Podem aproveitar pois, em geral, mesmo especialistas, possuem as mesmas emoções e problemas. E ocorreu. Até pessoas "do ramo" se envolveram com a experiência.

  A troca é sempre enriquecedora para todos

    
    Exceto o nome ou o pseudônimo, nenhum dado (e-mail, país, cidade, etc) é obrigatório. Mas, se for deixado, não será divulgado. 

    Siga o blog, participe, dialogue, deixe o seu comentário na caixa ou envie para que seja publicado em um post. Os textos escolhidos, assim como os meus comentários, serão publicados uma vez por semana.

    E volte sempre. Conheça pessoas e outros casos que podem se parecer com o seu. A troca é sempre enriquecedora. Quem não fica feliz em ver que não está sozinho?




Perguntas que ajudam


Você pode substituir os três pontinhos por “sua mãe” ou “seu pai”:

1. ... cria escândalos ou situações constrangedoras em público?

2. ... faz chantagem emocional?

3. ... faz exigências frequentes e, às vezes, inatingíveis?

4. ... tenta lhe controlar?

5. ... o critica pela frente ou pelas costas, compara você com outros?

6. ... é indiferente ao que você diz?

7. ... tenta fazer com que se sinta culpado(a)?

8. ... mente e o manipula?

9. ... foge do assunto quando você quer conversar sobre um problema?

10. ... desrespeita seus limites emocionais e físicos?

    Se respondeu “não” a tudo, considere-se uma pessoa muito sortuda. No entanto, se respondeu “sim” ou “mais ou menos” apenas à metade das questões, é muito provável que esteja mantendo um relacionamento tóxico com algum deles, ou com os dois. O que pode causar imensos danos colaterais, alterar profundamente a sua qualidade de vida, influenciar a sua esfera emocional, e talvez até mesmo a de seus filhos e esposa (ou marido).

    "Não há margem de manobra para modificar comportamentos tóxicos de outrém"


    Ninguém tem o poder de fazer a mãe ou o pai mudar. Com muitos anos de vida, crenças e hábitos errôneos, neuroses, insegurança, traumas transgeracionais, etc – tudo isso fica enraizado para sempre. Não há margem de manobra para modificar comportamentos tóxicos de outrém. Além disso, infelizmente, o assunto é tabu, porque na nossa civilização e cultura, as figuras materna e paterna ainda são “sagradas”. Nem "fica bem" socialmente, ninguém ousa comentar. Quantos sofrem e não conseguem se liberar...

    Contudo, o reconhecimento desta realidade – com força e perseverança – assim como a identificação do mal que um ou os dois genitores nos causam, permitem-nos vislumbrar o caminho da liberdade e adquirir, aos poucos, autonomia e independência totais. Ou seja, levam-nos a nunca mais depender de seu olhar, julgamento, aprovação, consideração ou opinião. Nem mesmo de seu amor ou desamor.

    Eis o que significa “matar”: separar o genitor verdadeiro daquele que foi contruído em nossa cabeça, alma e coração. Uma construção à qual fomos obrigados - por neurose, conveniência e necessidade - porém, da qual, finalmente, ficamos livres. E, só assim, prontos para uma excelente relação, sem sofrimento, com quem nos gerou.

Até mais, este espaço é seu!

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